quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Consolação do Espírito Santo em meio a morte e esperança na ressurreição mediante Cristo

Desde o dia em que meu bebê foi para o céu andei pela internet compartilhando amargura, agora que encontrei consolação, acho injusto não compartilhar com vocês um pouco da maravilhosa experiência que tive durante esta semana... hoje está completando 10 dias que meu bebê foi levado ao céu, e se dependesse da minha estrutura humana eu não teria a mínima condição de estar te escrevendo agora, pelo contrário eu nem sei se estaria viva e se estivesse eu teria postado um comentário de amargura, tristeza e revolta que só lhes acrescentaria dores, mas pela insondável misericórdia de Deus eu tenho uma palavra de vida pra vocês. Na segunda-feira, dia 16 de setembro de 2013, após chegar do hospital, após pegar no colo o corpo do meu filho morto, eu me irei contra Deus por não entender porque o meu bebê estava indo tão bem e de repente morreu (depois da minha pressão arterial subir muito por causa de uma pré-eclâmpsia, meu bebê teve que nascer de 28 semanas e estava internado em uma UTI neonatal)... eu perdi até a sanidade mental, não fui nem ao enterro do meu filho pois, estava delirando e resolveram não me levar... a dor e o sentimento de culpa eram tão grandes que eu pedia a todo mundo pra dizer pra ele que eu o amava, que eu não tive culpa de não estar lá com ele, que não fui eu quem o matou... na primeira noite eu só dormi porque me deram muito remédio, mas na terça eu tive que encarar o dia sem remédio, sem alegria, sem esperança... me restavam apenas os seios cheios de leite, o corte da cesariana e uma dor devastadora, e foi justamente isto que me motivou a fazer a oração mais atrevida, porém a mais sincera de toda minha vida, simplesmente derramei diante de Deus toda a mágoa, revolta e a dor que estavam em meu coração, insistia que Ele me dissesse porquê permitiu que aquilo acontecesse... E foi aí que Deus começou a trazer a luz a minha mente tão sombria... O meu pai, comovido pela minha dor, buscou inspiração em Deus e me trouxe a Palavra em Lucas 16:19-21 (o rico e Lázaro), que traz em sua essência as seguintes verdades: os mortos em Cristo estão no seio de Abraão, ou seja o Céu (pois na minha mente carnal eu me contorcia de dor ao pensar que enquanto eu estou aqui nesta cama macia, sem nada poder fazer, aquela terra suja está corroendo o bebê que eu tanto amo, que eu tanto sonhei em cuidar...), eles estão conscientes e não dormindo como alguns pensam, eles lembram da sua vida na terra, eles são capazes de reconhecer os outros mortos e também reconhecem sua família que ficou viva na terra a ponto de se preocupar e até interceder por eles. Ah querida, como a Palavra de Deus é maravilhosa! Eu até já tinha lido esta passagem antes, mas nunca fez tanto sentido como agora. Porém o inimigo que só veio para, roubar, matar e destruir, começou a bombardear a minha mente com dúvidas e perturbações... Na madrugada da terça para quarta acordei com as lembranças do sofrimento do meu filho rasgando meu coração, e no meu íntimo eu me perguntava porque não vem um profeta coloca a mão na minha cabeça e o Senhor fala comigo? O Senhor me abandonou... Olhei no relógio e era 2:30h, exatamente a mesma hora que havia começado o sofrimento do meu filho até a sua morte, eu olhei para o meu marido que estava de um lado e para o meu filho Levy que estava do outro e nem assim consegui ter forças para lutar contra aquela dor, foi quando eu pensei em tirar minha própria vida, tamanho era o meu desespero... então eu tive a maior experiência com Espírito Santo de toda minha vida. Ele me disse: mulher contigo falo Eu! E trouxe a minha mente que aquele era o terceiro dia da morte do Benjamim e que Jesus ressuscitou ao terceiro dia, tomou a chave do inferno e venceu a morte (Ap 1:18), Jesus é o primogênito dos mortos (Cl 1:18) e não é porque Ele tenha sido o primeiro a ressuscitar, porque a Bíblia relata 8 ressurreições (Três no Antigo Testamento:1 Reis 17.17-25; 2 Reis 4.8,32-37; 2 Reis 13.20,21; Três nos evangelhos: Lc.7.11-18; Lc 8.49; João 11; e dois no livro de Atos: At. 9.36-42; At 20.9-11), mas todos estes 8 tornaram a morrer e seus corpos permanecem aqui na terra, no entanto Jesus foi o primeiro a ressuscitar em carne, ter seu corpo glorificado e não voltará a morrer jamais, o túmulo dele está vazio, Ele foi para o céu preparar moradas para nós (João 14: 2-3), pois mesmos que não alcancemos o arrebatamento, que será a ascensão em carne dos salvos ao céu, assim os mortos em Cristo serão levados em carne aos céus, eles ressuscitarão primeiro e depois subiremos todos juntos (1 Ts 4:16-18), as pessoas se perguntam, mas como Deus vai restaurar corpos que a muito tempo foram comidos por vermes, outros queimados e lançados ao mar etc... (1 Cor 15:35-57) Ora aquele que criou céus e terra e que fez o homem do barro não teria poder para fazer isto? (1 Co 15:3-26) O que é impossível ao homem é perfeitamente possível para Deus (Lc 18:27). E foi assim que Deus calou a minha boca assim como a de Jó (Jó capítulos 38, 39 e 40) e aquietou o meu coração.
Foram dias de busca intensa na Palavra, nem quando eu era nova convertida me lembro de ter sentido tanta sede da Palavra de Deus assim, porém, no sábado, o inimigo mais uma vez tentou roubar de mim a Paz e a consolação do Espírito Santo, pois eu muito me angustiava e me perguntava como eu vou encarar o domingo (último dia que o vi) e a segunda (dia em que ele foi promovido a glória celestial)? Como posso suportar? Pensava eu me remoendo por dentro enquanto as lembranças ruins, dúvidas e pesares inundavam a minha mente... Comecei a pensar: será que as crianças tem tanto valor assim no Céu? A Bíblia fala que teremos cargos, que reinaremos com Cristo, mas e eles o que farão? E os bebês, que talvez não tenham lembranças, consciência de nada, será que haverá reencontro? Enfim eram muitas dúvidas que roubavam a minha esperança... Cheguei a comentar com meu esposo que eu me sentia como um desenho animado: de um lado um anjinho trazendo coisas boas, de outro o inimigo querendo desfazer o bem e convencer do mal. Uma grande batalha espiritual. Mais um dia atribulado, mais uma noite sem dormir... então corri, mesmo sem forças, e enquanto todos dormiam comecei pedi o Espirito Santo para me guiar na Palavra e o Senhor me mostrou a importância do ministério das crianças a ponto de repreender os apóstolos por tentar impedi-las de se achegarem a Ele, pois delas é o Reino dos Céus (Mt 19:13-15; Lc 18: 15-17). Ele chamou uma criança e a colocou no meio dos apóstolos como modelo de conversão genuína (Mt 18:1-4) e quem recebe uma criança recebe o Senhor (Mt 18:5). Que Palavra maravilhosa!
Mas na minha dureza de coração eu ainda contendia com Deus, sim Senhor entendi, mas são crianças grandes e os bebês recém nascidos? E os que morreram no ventre? E os que foram abortados? que importância tem para ti? E em sua insondável misericórdia Deus me mostrou no Salmo 139:13-16 a maneira maravilhosa, o cuidado e o amor Dele na formação de um bebê. Jeremias 1:5 nos diz que Deus nos conhece antes de nos formar no útero. Êxodo 21:22-25 dá a mesma pena a alguém que comete um homicídio e para quem causa a morte de um bebê no útero. E pra fechar com chave de ouro Deus me mostrou em 2 Samuel 12 que Davi teve um bebê que morreu com 7 dias de nascido, o meu morreu com 8 dias. Davi sofreu jejuou e orou por seu filho, mesmo assim o Senhor o levou, mas a primeira coisa que ele fez quando soube da triste notícia foi (será que ele gritou, se desesperou, perdeu o juízo, brigou com Deus? Não!) Davi "se ungiu, e mudou de roupas, e entrou na casa do Senhor, e adorou. Depois foi pra casa e comeu pão" (2 Sm 12:20). Não, ele não ele gritou, não se desesperou, não perdeu o juízo, brigou com Deus, não quis se matar... Não! E sabe porquê? Porque ele tinha plena convicção que ele iria a ela, ou seja ele ao morrer a reencontraria, porém ela jamais ela voltaria para ele (2 Sm 12:23), pois os mortos não voltam mais a esta terra (Lc 16:19-31), mas viverão eternamente naquele que é a ressurreição e a vida (João 11:25). Eu pedi perdão a Deus por pensar daquela forma, Deus não é o homem, o valor que Ele nos dá não é interessado no que podemos oferecer em troca. Seria muito injusto se Ele não incluísse em seu plano de vida eterna os pequeninos que pouco viveram sendo Ele a própria justiça.

Deus criou o ser humano para ser eterno, Ele não tem prazer na nossa morte, ela é o salário do pecado, mas o dom gratuito de Deus é vida eterna (Rm 6:23). A seu tempo todas as coisas serão restauradas e tornaremos ao plano inicial onde o próprio Deus irá reinar sobre nós (Ap 21:3).

Por isso que hoje não te digo que tive um filho, mas que o tenho! Assim como, se você crer que o Senhor Jesus é a ressurreição e a vida, seu bebê ainda é e sempre será seu bebê, pois o Senhor não toma o nosso presente, mas o guarda para nós.

Apesar do corpinho do meu Benjamin ainda está ali naquela sepultura eu agradeço a Deus pelos poucos dias em que estive com ele e pelos muitos que ainda estarei na eternidade, pois a minha fé é viva no Senhor, a Ele seja toda honra, toda glória e todo louvor!

Joana,
Mãe de Israel Levy e Benjamin Davi...

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